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Rompimento da Cadeia de Suprimentos e o Covid - Futuro do Mercado / Consumo - Parte 3 (Final)

Atualizado: 13 de mai. de 2020


Na parte II, falamos sobre as possíveis mudanças que irão ocorrer após o COVID de acordo com tendências e históricos na produção, essa última parte está relacionada ao consumo. Partindo do pressuposto que as pandemias poderão se tornar mais frequentes.


MUNDO PÓS COVID - CONSUMO

O outro lado da cadeia na perspectiva de mercado, é o consumidor e este envolve o mundo como sociedade. Quanto a isso vale ressaltar que o mundo pré-covid engatinhava na indústria 4.0, que envolve o uso massivo de sistemas integrados, sincronismo, BI, big data, e todas as formas mais modernas de tecnologia etc. Pois parte da população ainda resistia ao seu uso e se mantinham presos ao status quo.


Até que veio o rompimento da cadeia pela perspectiva da saúde e de mercado, e a necessidade de distanciamento social, obrigando as pessoas ficarem presas em suas casas.


Esse isolamento tornou imperativo a mudança de atitudes e comportamentos, uma das mais visíveis é o consumo online, e não somente de produtos e refeições, mas também de serviços, alguns deles, antes até então vistos negativamente pela comunidade e órgãos de classe, hoje tem ganho destaque, como aulas de exercícios físicos e yoga, e até mesmo telemedicina.


Outra tendência que se tornou realidade é o uso do trabalho remoto, ou home office, auxiliado pelos avanços tecnológicos que permitem hoje videochamadas com centenas de pessoas e documentos / materiais trabalhados de maneira síncrona. Até então, poucas empresas adotavam essa modalidade, e mesmo assim esporadicamente, essa mudança forçada pelo Corona, pode fazer com que as empresas revejam suas formas de trabalho, estabelecendo-a como um modalidade formal, vendo os benefícios disso não só para a empresa, como a diminuição da necessidade de grandes espaços físicos corporativos (-aluguel e despesas), mas também para o trabalhador (+qualidade de vida). Tecnologias como realidade virtual e espaços virtuais de trabalho podem catalisar ainda mais essa realidade.


A maior permanência das pessoas em suas casas e a diminuição da necessidade de deslocamento para o trabalho pode gerar um novo fluxo de migração, mas dessa vez para fora dos centros urbanos. Desse modo, casas maiores, com lazer completo e mais afastadas serão valorizadas, podendo surgir novos bairros nobres.


Isso traria impacto nos transportes, mas dúbio, se por um lado os centros esvaziariam, diminuindo o trânsito, por outro pode ocorrer uma aversão aos transportes públicos com intuito de evitar aglomerações.


E essa aversão a aglomerações pode trazer como consequência uma série de impactos, e aversão é diferente de isolamento social, enquanto esse é imposto como uma medida política, o outro é um novo consciente coletivo.


Como por exemplo na forma de se alimentar, ao evitar mercados e restaurantes, e um receio de não ter abastecimento por pandemias futuras, pode levar a criação de hortas caseiras ou comunitárias, e a produção caseira de alimentos que antes eram comprados prontos, como o pão. Em recente pesquisa, mostrou que após o Katrina houve crescimento de 650% na venda de fermento na região. A evolução tecnológica pode contribuir, como por exemplo o uso da impressão de alimentos por meio de impressoras 3D.


Os próprios espaços fechados e aglomerados, como restaurantes e shoppings podem vir a se tornar abertos e restrito a poucas pessoas, como um parque de diversos e seus ingressos limitados, o que os tornaria mais caros e celetistas.


Alguns, poderão facilmente se adaptar, e já estamos vendo isso, com shows, até então os reis da aglomeração, com sua nova modalidade de live, conseguindo de uma só vez obter muito mais público do que um show comum, e utilizando bem menos recursos. Mais uma vez, a realidade aumentada e virtual podem contribuir bastante com esses casos.


O próprio dinheiro em papel e moeda que já vinha entrando em desuso, tende a desaparecer, com as pessoas mais reclusas e querendo evitar o manuseio de notas, aliado ao crescimento das diversas tecnologias de pagamento digital, como celular, cartão, criptomoedas, etc.


Todas essas possíveis mudanças, apesar de parecer estranhas, em um primeiro olhar, pode ser que a próxima geração, nascidas e criadas após Covid, não tenham tanta necessidade de estar fisicamente tão próxima as outras pessoas. Hoje, se percebe um pouco quando pelas ruas, bares e restaurantes, vemos que mesmo fisicamente próximas, as pessoas estão cada vez mais distantes mentalmente, cada um em seu próprio mundo virtual.



CONCLUSÃO

O mundo pós Covid será diferente, guerras e pandemias possuem a habilidade de catalisar mudanças que ocorriam timidamente e por isso tendem inclusive a marcar gerações, como a definição de baby boomers, os nascidos após a segunda guerra mundial.


Nos próximos meses, veremos quais mudanças se mantiveram, e quais foram rejeitadas. Além disso, quais empresas saíram fortalecidas, e quais foram eliminadas, quanto tempo demorou para a recuperação, e quais atitudes foram tomadas por estes. Será que foi sincronismo? ou uso de hotsite? Quais características permitiram essa recuperação? Que tipo de produto era comercializado? Qual setor?


Futuros estudos, previsões e análises organizacionais terão muito a ganhar com as respostas dessas perguntas.




E, especialmente, por conta do Corona Vírus, caso você tenha algum negócio impactado entre em contato para conversarmos sobre qual estratégia utilizar.



A preocupação com um risco externo, como uma pandemia, ou terrorismo, passa a existir quando ocorre, mas ai já é tarde demais. E com o tempo, isso perde a importância novamente, até que ocorra um novo evento.

- Kunreuther



Referências


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COUGO, P. Itil - Guia De Implantação. eBook Kindle. 2016


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SLACK, N.; Johnston, R.; Brandon-Jones, A. Princípios da Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2013.


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