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O que faz um pais ganhar mais medalhas? IDH ou o Tamanho populacional?


As Olimpíadas são, sem dúvida, o maior evento esportivo do planeta. Uma celebração que transcende fronteiras, culturas e idiomas, reunindo atletas de todas as partes do mundo em uma competição que busca a excelência.


Tivemos na semana passada o término das Olimpíadas de Paris, que apesar de algumas polêmicas foi incrível e por conta de um cirurgia pude acompanhar intensamente cada competição. Ao final tivemos os Estados Unidos como grande vencedor para a surpresa de ninguém.


O quadro de medalhas (lá no final) é um reflexo da performance esportiva das nações e, ao longo dos anos, têm gerado debates sobre quais fatores realmente influenciam o sucesso olímpico.


Ao longo das olimpíadas dois fatores eram frequentemente mencionados por jornalistas e nas rodas de amigos como sendo as causas principais para o ganho de medalhas, que são o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o tamanho da população de um país. A discussão era sempre que só ganham os países mais desenvolvidos e quando não era essa a justificativa, era que tinha muita gente. Mas será isso mesmo?


Nesta pesquisa, investiguei correlação entre esses fatores e o número de medalhas conquistadas, usando métodos estatísticos para entender até que ponto essas variáveis explicam o desempenho olímpico.


IDH e o Sucesso Olímpico: A Relação é Forte?


O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma métrica composta que avalia a qualidade de vida em diferentes países, levando em consideração a expectativa de vida, a educação e a renda per capita. A suposição comum é que países com um IDH mais alto possuem melhores condições de infraestrutura, saúde e educação, o que, teoricamente, proporcionaria melhores condições para a formação de atletas de elite.


Em nossa análise, foi verificado que o IDH tem uma correlação positiva com o número de medalhas conquistadas. Ou seja, países com um IDH mais elevado tendem a ganhar mais medalhas. No entanto, embora essa correlação seja estatisticamente significativa, o IDH sozinho explica apenas 11% da variação no quadro de medalhas. Isso indica que, embora o IDH tenha um papel no sucesso olímpico, ele não é o único fator, nem o mais determinante e de longe o mais influente, explica bem pouco inclusive.




A População Como Fator Determinante


O tamanho da população de um país é outra variável frequentemente discutida quando se trata de prever o sucesso olímpico. A lógica por trás disso é simples: quanto maior a população, maior a base de talentos potenciais e, portanto, maior a probabilidade de encontrar e desenvolver atletas de classe mundial.


Na nossa análise, encontramos que o tamanho da população também tem uma correlação positiva com o número de medalhas. Assim como o IDH, essa correlação é estatisticamente significativa, mas responde por apenas 16% da variação no quadro de medalhas. Esse percentual é ligeiramente maior do que o explicado pelo IDH, mas assim como ele não é determinante.


Essa análise revela que, embora os países com grandes populações tenham uma vantagem numérica, essa vantagem também não é suficiente para explicar o sucesso olímpico de forma ampla. Vários países como México, Indonésia, e Paquistão confirmam isso, todos estes possuem acima de 100 milhões de pessoas, e tiveram parco sucesso, e a Índia com seu 1 bilhão e meio de habitantes, ganhou apenas 6 medalhas. Ou seja, não conseguem traduzir essa vantagem em sucesso olímpico.


Modelo Conjunto: IDH e População


E ai temos, a terceira análise, o sucesso seria a combinação entre IDH alto e população grande? Ao combinar essas variáveis em um modelo conjunto, a análise revelou que elas juntas explicam 32% da variação no quadro de medalhas o que é interessante, porém ainda é pouco, temos 68% não explicado.


E o que seriam esses outros fatores?


Outros fatores, que são mais difíceis de quantificar, provavelmente desempenham um papel muito mais significativo. Como por exemplo:


Estímulo Governamental ao Esporte: Países como a China têm programas governamentais rigorosos e bem-financiados que identificam e treinam jovens atletas desde cedo. Esse tipo de estímulo pode ser mais determinante para o sucesso olímpico do que o IDH ou o tamanho da população. E quando combinados com o IDH e População tornem o pais um poderoso medalhista.


Cultura e Tradição Esportiva: Em países como os EUA, o esporte e a competição é uma parte fundamental da cultura. O incentivo social para a prática esportiva, combinado com oportunidades de bolsas de estudo para atletas talentosos, cria um ambiente propício para o desenvolvimento de atletas de elite, e mais uma vez aliado a quantidade de pessoas e um bom desenvolvimento o tornaram o maior medalhista de todos os tempos.


Genética e Aptidão Natural: Certos países parecem ter uma aptidão natural para certos esportes. A Jamaica, por exemplo, tem uma tradição forte em corridas de curta distância, enquanto o Quênia se destaca em corridas de longa distância. Esses sucessos podem ser atribuídos a fatores genéticos e culturais que favorecem essas modalidades específicas, e que internamente acabam se retroalimentando, mais medalhistas influenciam a formação de novos atletas naquele esporte.


Tradição e Foco: Países como o Irã e o Uzbequistão têm se destacado em artes marciais, como boxe, wrestling e outros. Superando nações com IDH mais alto como como Áustria, Irlanda, e Polônia. Esses exemplos mostram que a tradição e o foco em esportes específicos podem ser mais determinantes do que os indicadores econômicos.



Reflexões Finais




Agora teremos as Paralimpíadas ao final vamos fazer essa análise também e verificarmos se os resultados são diferentes. Até lá.


___________________


Anexos


Análise do Modelo



Sobre o modelo, este passou pelo teste F, indicando que pelo menos uma das variáveis no modelo tem uma influência significativa. No entanto, o teste de Durbin-Watson, que verifica a presença de autocorrelação nos resíduos do modelo, falhou. Isso sugere que o modelo tem problemas, possivelmente devido à presença de outras variáveis não incluídas na análise ou à natureza inadequada do modelo linear para capturar a complexidade do fenômeno. E apesar de não haver problemas de colinearidade entre as variáveis, a autocorrelação significativa dos resíduos sugere que o modelo pode não ser o mais adequado para capturar todas as nuances da relação entre essas variáveis e o sucesso olímpico.


Correlação Individual


Quadro de Medalhas


Team

Rank

Gold

Silver

Bronze

Total

USA

1

40

44

42

126

China

2

40

27

24

91

Japan

3

20

12

13

45

Australia

4

18

19

16

53

France

5

16

26

22

64

Netherlands

6

15

7

12

34

GreatBritain

7

14

22

29

65

SouthKorea

8

13

9

10

32

Italy

9

12

13

15

40

Germany

10

12

13

8

33

NewZealand

11

10

7

3

20

Canada

12

9

7

11

27

Uzbekistan

13

8

2

3

13

Hungary

14

6

7

6

19

Spain

15

5

4

9

18

Sweden

16

4

4

3

11

Kenya

17

4

2

5

11

Norway

18

4

1

3

8

Ireland

19

4

0

3

7

Brazil

20

3

7

10

20

Iran

21

3

6

3

12

Ukraine

22

3

5

4

12

Romania

23

3

4

2

9

Belgium

24

3

1

6

10

Georgia

25

3

3

1

7

Bulgaria

26

3

1

3

7

Serbia

27

3

1

1

5

Czechia

28

3

0

2

5

Denmark

29

2

2

5

9

Cuba

30

2

1

6

9

Azerbaijan

31

2

2

3

7

Croatia

32

2

2

3

7

ChineseTaipei

33

2

0

5

7

Bahrain

34

2

1

1

4

Austria

35

2

0

3

5

Slovenia

36

2

1

0

3

HongKong,China

37

2

0

2

4

Philippines

38

2

0

2

4

Algeria

39

2

0

1

3

Indonesia

40

2

0

1

3

Poland

41

1

4

5

10

Israel

42

1

5

1

7

Kazakhstan

43

1

3

3

7

Switzerland

44

1

2

5

8

Jamaica

45

1

3

2

6

SouthAfrica

46

1

3

2

6

Thailand

47

1

3

2

6

Greece

48

1

1

6

8

Ethiopia

49

1

3

0

4

Ecuador

50

1

2

2

5

Portugal

51

1

2

1

4

Argentina

52

1

1

1

3

Egypt

53

1

1

1

3

Tunisia

54

1

1

1

3

Botswana

55

1

1

0

2

Chile

56

1

1

0

2

SaintLucia

57

1

1

0

2

Uganda

58

1

1

0

2

DominicanRepublic

59

1

0

2

3

Guatemala

60

1

0

1

2

Morocco

61

1

0

1

2

Dominica

62

1

0

0

1

Pakistan

63

1

0

0

1

Türkiye

64

0

3

5

8

Mexico

65

0

3

2

5

Kyrgyzstan

66

0

2

4

6

NorthKorea

67

0

2

4

6

Armenia

68

0

3

1

4

Colombia

69

0

3

1

4

India

70

0

1

5

6

Lithuania

71

0

2

2

4

RepublicofMoldova

72

0

1

3

4

Kosovo

73

0

1

1

2

Tajikistan

74

0

0

3

3

Cyprus

75

0

1

0

1

Fiji

76

0

1

0

1

Jordan

77

0

1

0

1

Mongolia

78

0

1

0

1

Panama

79

0

1

0

1

Albania

80

0

0

2

2

Grenada

81

0

0

2

2

Malaysia

82

0

0

2

2

PuertoRico

83

0

0

2

2

CapeVerde

84

0

0

1

1

Côted'Ivoire

85

0

0

1

1

Peru

86

0

0

1

1

Qatar

87

0

0

1

1

RefugeeOlympicTeam

88

0

0

1

1

Singapore

89

0

0

1

1

Slovakia

90

0

0

1

1

Zambia

91

0

0

1

1



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